Amar sem preconceito 9

Acordamos com a casa toda desarrumada, cheirava mesmo muito a tabaco e alcool, por incrível  que parece que dormimos na sala, quando acordei já a Beatriz estava vestida de roupa lavada, banho tomado e preparava-se para arrumar tudo.
- Porque não me acordaste?
- Oh, estavas a dormir tão bem.
- Mas podias ter-me acordado, importas-te só que tome um banho e já te ajudo?
- Não claro, vai lá.
A água fresca a escorrer-me pelo cabelo e pela cara soube-me mesmo bem, quase que me esqueci que tinha de ir arrumar a casa. Finalmente terminei o banho, peguei numa toalha enrolei no cabelo, peguei noutra e comecei a limpar-me, fui ate ao meu quarto de toalha no cabelo, antes de entrar ouvi um murmúrio.
- Não acredito!!
Entrei, a Beatriz estava de costas.
- Não acreditas em que?
Virou-se para mim e deixou cair uma fotografia.
- Calme Bea não te assustou sou só eu.
Peguei na fotografia, era uma foto minha e do JP, não sei como ela a encontrou, tinha-a bem guardada. Peguei nela e sentei-me na cama, ela ficou imóvel.
- É ele Beatriz, e eu claro, isto foi no verão, num rio onde costumava mos ir muitas vezes. Passávamos tardes a molhar-mos um ao outro, era tudo tão perfeito quando estávamos só os dois tenho tantas lembranças dele.
Ela não falava estava estupefacta a ouvir-me, como se estivesse a ouvir a maior barbaridade do mundo. Pus-me a pé, dei-lhe um beijo na cara.
- Bem agora tenho-te a ti.
- Tens-me?
- Sim para desabafar.
- Ah sim claro.
- Que se passa eu conheço-te?
- Mete-me impressão ouvir-te falar dele. Bem, depois do que me contas-te de ele ter namorada e assim e agora vejo-te assim por uma pessoa nem que te merece por um porco que nunca soube amar nem respeitar ninguém.
- Falas como se o conhecesses.
- Não não conheço nem quero, o que ouvi bastou-me para perceber o tipo de pessoa que é.
- Se o conhecesses não dizias isso. Sim nós namorávamos, sim no fundo era isso, e ela tinha outra pessoa, mas o seu coração pertencia-me, ele era único comigo.
- Pois, se calhar à outra dizia-lhe o mesmo, como podes dizer isso.
- Eu sei-o, sentia, percebes sentia Beatriz, um dia quando amares alguém vais perceber isso.
- Se queres continuar a ser um brinquedo nas mãos dele força, mas só te vou dizer uma coisa, há pessoas à tua volta que te amam de verdade  te respeitam e te querem mais que tudo, e tu? Ainda corres e respiras por ele, és tão parvinha, um dia vais perceber isso, estas a desperdiçar a tua felicidade com esse canalha, espero que nunca te arrependas disso.
Não queria acreditar que aquela era a minha amiga Beatriz, havia algo que ela sabia e não me queria contar, eu sentia-o, senti uma enorme necessidade de lhe contar da carta que tinha recebido, mas não consegui. A discussão acabou por ali, e apartir desse dia tentei evitar falar dele com ela, e sempre que ia ter com ele nunca lhe dizia, sentia-me mal ao fazer isso sentia que a estava a trair, mas não conseguia fazer de outra maneira ela tinha deixado bem claro a sua opinião.

continua

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